Enquanto no Brasil há uma grande discussão acerca da tal "Comissão da Verdade", na Argentina alguns dos principais perpetradores de uma das mais cruéis ditaduras do mundo, certamente a mais cruel do continente sul americano, são condenados a penas que vão de 50 a 15 anos por roubos de crianças o que significa que recém nascidos de presos políticos vivos e mortos eram entregues a pessoas geralmente do aparato repressivo sendo que, obviamente, sua identidade e história eram totalmente ocultas.
Em 28 de fevereiro de 2011 foi iniciado o julgamento dos ex-presidentes Jorge Rafael Videla e Roberto Bignone, presidentes "de facto" (ditadores) da Argentina do período militar que iniciou em 1976 e terminou em 1983 depois da Guerra das Malvinas.
A Justiça argentina caracterizou que houve um plano deliberado, planejado de fazer desaparecer sob outra identidade, os filhos das vítimas de lugares cruéis como a ESMA e outros campos de concentração argentinos.
Ontem, perante o juízo, Vidella e Bignone receberam condenações de 50 e 15 anos de detenção, respectivamente. A diferença entre uma sentença e outra deveu-se à antiguidade do exercício da presidência sob as quais ocorreram os fatos.
Isso significa que Vidella morrerá no cárcere uma vez que conta com mais de oitenta anos e não se espera que viva 130 anos para que cumpra a sentença plenamente já tendo sido condenado a prisão perpétua anteriormente.
Esse é um fato histórico como os próprios argentinos o caracterizam e , com certeza, jamais será cumprido aqui no Brasil uma vez que os que cometeram crimes em nossa ditadura estão respaldados pela lei da Anistia e também pelo fato de que muitos deles já faleceram.
Por mais contraditório e paradoxal que possa parecer, quando a Argentina está sob um governo de tendências "monárquicas" seja um farol de exercício democrático e punição aos que cometeram crimes durante sua ditadura militar. Admirável.
A pronúncia da sentença (Fonte: Youtube)
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