sexta-feira, 6 de julho de 2012

O acerto de contas da Argentina com sua história

Enquanto no Brasil há uma grande discussão acerca da tal "Comissão da Verdade", na Argentina alguns dos principais perpetradores de uma das mais cruéis ditaduras do mundo, certamente a mais cruel do continente sul americano, são condenados a penas que vão de 50 a 15 anos por roubos de crianças o que significa que recém nascidos de presos políticos vivos e mortos eram entregues a pessoas geralmente do aparato repressivo sendo que, obviamente, sua identidade e história eram totalmente ocultas.
Em 28 de fevereiro de 2011 foi iniciado o julgamento dos ex-presidentes Jorge Rafael Videla e Roberto Bignone, presidentes "de facto" (ditadores) da Argentina do período militar que iniciou em 1976 e terminou em 1983 depois da Guerra das Malvinas.
A Justiça argentina caracterizou que houve um plano deliberado, planejado de fazer desaparecer sob outra identidade, os filhos das vítimas de lugares cruéis como a ESMA e outros campos de concentração argentinos.
Ontem, perante o juízo, Vidella e Bignone receberam condenações de 50 e 15 anos de detenção, respectivamente. A diferença entre uma sentença e outra deveu-se à antiguidade do exercício da presidência sob as quais ocorreram os fatos.
Isso significa que Vidella morrerá no cárcere uma vez que  conta com mais de oitenta anos e não se espera que viva 130 anos para que cumpra a sentença plenamente já tendo sido condenado a prisão perpétua anteriormente.
Esse é um fato histórico como os próprios argentinos o caracterizam e , com certeza, jamais será cumprido aqui no Brasil uma vez que os que cometeram crimes em nossa ditadura estão respaldados pela lei da Anistia e também pelo fato de que muitos deles já faleceram.
Por mais contraditório e paradoxal que possa parecer, quando a Argentina está sob um governo de tendências "monárquicas" seja um farol de exercício democrático e punição aos que cometeram crimes durante sua ditadura militar. Admirável.



A pronúncia da sentença (Fonte: Youtube)


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