quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rivalidade Brasil - Argentina

"Abrem-se as cortinas e comeeeeeeeeeeça o espetáculo, torcida brasileira!" Assim começaria a narrativa do imortal Fiori Gigglioti para mais uma partida de futebol entre Brasil e Argentina. 
PODE PARAR! NÃO É FUTEBOL!

Está bem que pode ser basquete, vôlei, bolinha de gude, videogame que a disputa Argentina e Brasil sempre acaba com um dos dois magoados por conta da derrota. 
No entanto, quando tentamos verificar a origem dessa disputa infinita vamos perceber que a grande briga entre os dois países teve sua origem na busca da hegemonia política e econômica dentro de um continente e passou também por momentos díspares de nossas realidades cotidianas.
No entanto, um dos motivos de desconfiança que repercute até hoje é a tal Hidroelétrica de Itaipú que se fosse intencionalmente rompida chegaria até Buenos Aires.  Dá para acreditar nisso? Não que particularmente eu duvido que algum ser humano (tipo homo sapiens) pudesse ter a idéia de fazer isso, afinal, terrorismo é uma coisa possível mas gerar um caos de tão grande dimensões arrasando o Uruguai e talvez parte do Paraguai para atingir um terceiro país, parece-me algo inverossímel. 
No entanto, parece-me que também contribui para esse estado de coisas o desconhecimento profundo que temos de todos os países da América Latina, Argentina incluso.  Mesmo sabendo que mal conhecemos o NOSSO país, sempre tivemos uma cultura centrada na Europa e depois nos Estados Unidos e com pouquíssima identificação com nossos vizinhos de continente.
Reconheço que a tarefa não é das mais fáceis, principalmente por conta da língua. Apesar de ser razoavelmente semelhante com o português, o castelhano é uma barreira concreta, especialmente se alguém teve contato com o castelhano falando em Buenos Aires. 
Acredito ser extremamente interessante que haja um esforço no sentido de divulgar não apenas o Brasil mas o modo de vida de nosso país, de sua cultura e também o inverso, termos oportunidades mais amplas de conhecer melhor o imenso patrimônio material e imaterial que a terra de Gardel tem a nos oferecer.
Uma das iniciativas que acredito e que aplaudo: a Embaixada brasileira em Buenos Aires foi agraciado com o prêmio de melhor estande estrangeiro na recém encerrada Feira do Livro local, uma das mais prestigiosas do mundo. Meus sinceros parabéns à todo o pessoal que trabalhou e concebeu esse local de difusão da cultura brasileira.

Dá para notar que eu sou um integracionista e já tive pendengas históricas com brasileiros e até estrangeiros acerca do MERCOSUL, principalmente na época da ALCA. Hoje, com certeza, há muitos questionamentos até frente ao desenvolvimento desigual e o tamanho continental do Brasil em relação aos seus vizinhos. No entanto, confesso, sou otimista incorrigível e acredito que há muito que avançar para que possamos sonhar num futuro de desenvolvimento e progresso mútuos.
Que isso siga mas só consigo ver um risco á frente: Se o Messi fizer o(s) gol(s) da vitória Argentina sobre o Brasil na final da Copa de 2014, teremos abalos irremediáveis já que depois de um Maracanazzo uruguaio, um argentino seria demais para o orgulho nacional ferido.

Saludos! 

2 comentários:

  1. As ponderações são bem interessantes e a verdade é que no Brasil muito pouco se aprende e se fala sobre os demais países da américa latina. O que chega de cultura é pouco comparado com a produção e muitas vezes com o rótulo de "brega". Encontrar o marco "zero" dessa eterna disputa é complicado, acho que é como dois irmãos que brigam e nunca mais se falam, mas com o passar dos anos nenhum lembra mais o motivo ...
    O que posso dizer, como brasileira filha de argentina e agora morando na Argentina, é que no Brasil a reação a revelação da nacionalidade argentina é bem menos amistosa do que aqui. Sem falar nas piadas ao longo de 36 anos morando no Brasil minha mãe já teve o telefone desligado na cara, vendedores que negaram serviço e uma saída-estratégia-que-essa-pessoa-é-doida-e-vai-me-bater. Quando souberam que eu estava gravida várias pessoas, brasileiros, falaram para eu ter o bebe no Brasil por que se não a criança ia sofrer com as piadas no futuro. Sério?!?!?
    Aqui, a reação é sempre do tipo "gosto muito do Brasil", "O que estão fazendo aqui, lá é tão bom" e por ai vai.
    Abraços

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  2. Olá, Neda!

    Primeiramente é um prazer tê-la por aqui.
    De fato, havia uns cordobeses por aqui que me diziam que a rivalidade é muito mais do nosso lado do que do deles (excetuavam os portenhos por motivos óbvios) e que gostavam muito daqui tanto que estudavam na Universidade onde trabalho.
    Não tenho a reclamar dos argentinos imigrados e dos que conheci na capital. O problema com o brasileiro é que ele sempre quer que os outros adiram em seu modo de ser e não o contrário o que limita em muito a experiência de vida que se pode ter em qualquer lugar do planeta.
    Abração e que bom tê-la por aqui! Tudo de bom!

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