sábado, 12 de janeiro de 2013

Choripan: a correção de uma injustiça

Desculpem a bronca de início mas eu jamais vi na imprensa uma matéria que fosse honesta com essa verdadeira delícia , que tivesse a preocupação de passar para o público leitor  a vontade de comer não apenas um mas várias porções dessa iguaria inigualável chamada de CHORIPAN.
Choripan é sim um pão com uma linguiça  e um molho: será que um argentino concordaria sem tanto reparo essa descrição simplória e que deixa de lado a verdadeira enormidade que um simples sanduíche pode ter.
Choripán com chimicurri
Primeiramente: a questão fundamental de fazer um prato que se desfrute é criar a ambientação para que alguém possa fazer a sua refeição, por simples que possa ser, uma forma de integrar-se ao meio. O choripán consegue fazer isso, seja feito em uma barraca, em uma "parilla" que aproveita estacionamentos vazios no fim do mês , sempre à carvão (que a estupidez oficial argentina (portenha) quer acabar) e um dos grandes brindes que a mão argentina legou à humanidade, especialmente a desse hemisfério: um pão que mesmo quando não acerta "na mosca" é bom. 
Por favor, não achem esse artigo concluído, deixe-me falar sobre o "chorizo" , a que reduzimos a uma "linguiça". Cumpre esclarecer que "chorizo" lá, não é o "choriço" daqui. Chorizo daqui, a outrora deliciosa linguiça de sangue, é "morcilla" , portanto, não tenha prevenções e desista antes de chegar onde posso comer um.
O "chorizo" do choripán é uma linguiça distinta da nossa, com menos mas muito menos mesmo, gordura. Não há aqueles grumos que estamos acostumados mas o suficiente para que ela não fique dura. Na "parilla" , ele é assado na forma correta e já é um espetáculo para os olhos.
Ao ser servida, o chorizo é "resgatado" da parilla , aberto e colocado no pão. Pronto? Poderia ser mas não está  e ainda bem! Há um complemento delicioso chamdo "chimichurri" um "molho" de condimentos como salsinha, alho, orégano, pimenta vermelha moída, pimenta, louro, pimenta do reino negra, mostara em pó, salsão vinagre , cebola, tomilho, vinagre e azeite de oliva compondo o complemento ideal para que o choripán seja esse objeto de deslumbre que agrada quem o prova.
Onde comê-lo? Você pode comer até no elegantíssimo Pátio Bullrich com garfo e faca mas olha, te digo com honestidade, a melhor experiência que eu tive foi comprar um en San Telmo ou então na frente da Igreja de Nuestra Señora del Pilar, na Recoleta, numa barraquinha e sentar no gramado e desfrutá-lo, um gesto tão portenho!!! 
Aliás, li no "La Nación" com muito contragosto a notícia que o governo de Macri quer que as barraquinhas da Costanera deixem de fazer o choripán em parilla e faça em o façam em dispositivos à gás . Estou querendo formar o Movimento dos Brasileiros amantes do CHORIPÁN, de setores organizados da sociedade culinária argentina e fazer um movimento para salvar a tradição da culinária do país vizinho e manter viva essa instituição que tanto nos dá prazer e gosto nas visitas que fazemos à Argentina. 
Alguém se associa?

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